domingo, 4 de julho de 2010

Um Domingo Qualquer (parte 1)




- RICARRRRRRDO! - Soava aquela voz irritante das manhãs de domingo.
- MEU FILHO, VOCÊ NÃO VAI QUERER SE ATRASAR PARA O CAFÉ DA MANHÃ NA CASA DOS SEUS AVÓS NÃO NÉ? - Sim, a trombeta irritante era a minha mãe. Eu fico imaginando como essa mulher não se comove com a minha triste rotina de acordar de segunda à sábado às 6:30? 

  Mesmo parecendo pesar mais de uma tonelada, consegui levantar o meu conjunto de ossos revestidos por uma pele branca que não via o sol há um bom tempo e claro que naquele domingo de céu azul e tempo fresco não seria diferente pelo simples fato de eu ter prometido aos meus avós um belo domingo de muita conversa sobre o passado e minhas aventuras juvenis, sem contar no excelente almoço de peixe ou frango com muita salada e suco adoçado com 0 açúcar, tudo que um jovem de 16 anos como eu deseja no seu único dia de folga.

(...)

- É querido, parece que hoje seremos só eu você. 
Sinto as mãos de minha mãe, agora calorosas e não pesadas parecendo as garras do Godzilla como eram há uma hora atrás me tirando da cama.
 - Meu pai vai ter mesmo que ir ajudar o Tio Clóvis com o carro?
O carro do Tio Clóvis era a máquina mais resistente que eu já vi. Como poderia um Fusca 75 ainda sobreviver à todas as viagens do meu tio?
 - Sim, querido!- Os lindos olhos negros de minha mãe tentavam me conformar. - Mas isso não será problema, porque ele mesmo me disse que assim que eles terminassem lá iriam ir nos buscar para comermos uma pizza no Paolo.
Foi impossível esconder os meu olhos arregalados, além do mais conhecendo o "Grande Marwin", desculpem esqueci de dizer que o fusca tinha um nome. Isso era um sinal de que aquele domingo seria enorme.


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